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Estudo aponta que provas do Enem estão sob suspeita de fraude em Teresina e Picos

 

Um estudo inédito realizado pela Folha de S. Paulo, com base em análise estatística de 3 milhões de provas do Enem, sugere que os municípios de Teresina e Picos estão entre as cidades onde houve mais suspeitas de fraude no Exame.

No ano de 2016, 11 provas realizadas em Picos e nove em Teresina foram identificadas com respostas semelhantes. Os municípios ocupam o terceiro e quarto lugar entre aqueles onde há mais casos suspeitos. Em todo o Brasil, há pelo menos 1.125 provas que levantam suspeitas de alta probabilidade de fraude.

De acordo com a metodologia aplicada pela Folha, essas provas estão em um grupo com padrão de respostas tão semelhantes entre si, que a chance de ter acontecido por acaso é de 1 em 1 mil. “O estudo da Folha estudo identificou tanto dupla de provas suspeitas, o que indica algum tipo de cola rudimentar, quanto grupos com até 67 candidatos, apontando um esquema mais sofisticado de transmissão de respostas”, diz o texto publicado no site.

Este grupo maior foi identificado na edição de 2016 do Enem. Picos foi a cidade de concentrou mais casos. Dos 11 candidatos com provas semelhantes, oito viajaram até o município para fazer o exame. Quatro deles eram de Teresina.

A reportagem identificou um candidato que teve a prova considerada suspeita e que conseguiu entrar no curso de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco. Trata-se de Justimar Leal Teixeira, de 48 anos, natural do município de Patos. “O gabarito dele diverge em apenas 5 das 175 questões analisadas, incluindo mais de 30 respostas erradas na mesma alternativa. Se a semelhança fosse apenas ao acaso, o modelo indica que deveria haver ao menos 39 questões divergentes”, aponta o texto da Folha.

No mesmo ano em que Justimar fez o exame do Enem, mais duas pessoas de Patos também tiveram provas consideradas suspeitas.

Veja mais informações sobre o estudo da Folha 

À Folha, o piauiense negou que tenha participado do esquema e alegou que as semelhanças podem acontecer devido ao grande número de candidatos. Ele trancou o curso após dois períodos e justificou que foi por causa do trabalho como advogado e militar.

Investigações

Nos últimos anos a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram operações para prender quadrilhas que fraudam o Enem. As investigações apontam que os contratantes têm interesse por cursos de medicina nas universidades públicas e chegam a pagar até R$ 180 mil para obter as respostas da prova.

Em 2017 foram deflagradas operações no Piauí. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva. Algumas pessoas também foram presas.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

Emanuel Vital

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