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Uma reflexão sobre o Natal durante a pandemia da Covid-19

Foto: arquivo social

 Foto: arquivo social

Por; Marcelly Sousa

 

Natal e ano novo para mim sempre significou família, época em que todos se reúnem para celebrar a união, relembrar momentos, contar novidades, preparar aquela bela ceia ou mesmo ter aquela briguinha entre primos e tios que deixa tudo mais animado (risos). 2020 nos surpreendeu com uma pandemia, uma doença que não nos permite estar junto, que nos faz evitar falar perto, abraçar e evitar toda aquela reunião que esperamos o ano todo para acontecer, muitos esse ano irão relembrar parentes e amigos que se foram devido a COVID 19, outros irão comemorar a vida e agradecer por terem resistido à doença e outros por nem mesmo terem pego, alguns só irão reclamar e falar como o ano foi ruim e para outros será um ano como qualquer outro onde nem se deram conta do real significado da pandemia e de como devemos ser gratos por exatamente tudo que temos, por menor que pareça.

Longe da família passa um filme na cabeça, você deseja tanto estar perto, mas ao mesmo tempo se conforta em saber que pode estar protegendo a todos, ao seu avô ou avó que está lá bem, o seu priminho pequeno, ou sua mãe ou pai que possui comorbidades, ou ainda em saber que mesmo longe esta família não lhe desampara, você sabe que vai ter sempre para onde voltar quando tudo parecer estar perdido. Esse ano tudo parece que se torna questionável, uma doença que não escolhe idade, sexo, cor, condição social, e que em questão de dias pode tirar tudo aquilo que você batalhou tanto pra conquistar, ou aquilo que você almejava tanto. É ano de se perguntar vale a pena tanto sacrifício em nome do trabalho que muitas vezes você não está feliz, mas está ali porque precisa do dinheiro, onde muitas vezes você não tem tempo pros seus filhos? Será que é o momento de ir atrás do que realmente você quer? Mas o que você quer? O que realmente lhe faz feliz? Você realmente demonstrou para as pessoas que você ama o quanto elas são importantes em sua vida? Todos nós estamos podendo ver como realmente a vida é um sopro, como você pode estar bem hoje e amanhã não mais e amanhã talvez nem esteja mais aqui.

Tudo isso deve servir de aprendizado, de reflexão, para que possamos ver o que realmente faz sentido na vida e possamos entrar em um novo ano diferente do ano anterior que vivemos, quantos não puderam observar particularidades e características em seus irmãos, maridos, esposas, pai, mãe e filho que nunca conseguiram ver durante tantos anos de convivência? Ou puderam perceber com a convivência da quarentena o quanto aquele relacionamento lhe fazia mal, ou o quanto ele lhe fortalece? Quantos não puderam perceber novas habilidades que nem sabiam que tinham ou puderam conhecer medos que estavam escondidos? Puderam se virar no home office e trabalhar de casa as vezes sendo até mais produtivos? Se virar com uma câmera de celular gravando aulas como muitos professores nunca imaginariam que fariam? Mães e pais virando professores e tendo que ajudar seus filhos em atividades de casa e muitas vezes se perguntando como o professor consegue dar conta? E diante de tantas reflexões que nesse novo ano que está por vir possamos ter mais espiritualidade, mais fé, esperança em dias melhores, empatia, resiliência, mais preocupação com o outro, dar valor ao que realmente importa, estar mais perto de quem amamos, deixar de lado tudo aquilo que nos atrasa e que não nos faz bem e ser grato em tudo que temos em nossas vidas sabendo que todos os dias é uma oportunidade de um novo recomeço, é tempo de fazer aquilo que  está adiando tanto, de dizer que ama pra quem não disse ainda, de correr atrás dos seus sonhos!

 

*Marcelly Sousa é oeirense, Farmacêutica e residente em Teresina

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