De repente, como um raio, a notícia se espalhou na cidade.
Bairro por bairro.
Rua por Rua.
Rapaz, tá sabendo?:
Albino preto morreu.
E foi?
Mas, não foi a vela.
Nao foi a chama de Albino que se apagou.
Morreu um HOMEM.
Ficou o legado.
O ensinamento.
O encaminhamento.
A condução, pro caminho certo.
Como a gente mesmo fala aqui. Deixou uma "ruma" de filhos.
Todos encaminhados. Educados.
Todos hoje pais e mães de familia.
Que desde os primeiros momentos, aprenderam da forma , peculiar, que ele tinha a ensinar-lhes ,o verdadeiro caminho.
Da honradez, da verdade, do respeito e da cidadania.
Não se registra, nem um mau feito de um dos seus descendentes.
NÊGO BOM.
Opinioso. Respeitado.
Brincalhão.
Acima de tudo, VAIDOSO.
Nunca relaxou a calça de linho e a camisa de mangas compridas, social.
NÊGO bacana.
Pra um certo amigo, certa vez ele disse;
Não vou mais andar de bicicleta, que era a sua paixão.
O amigo disse , porque?.
Porque" fulano disse que eu nunca ia ter uma moto.
Fui na revendedora.
Comprei, paguei no dinheiro.
A moça disse , o senhor tem carteira, sabe pilotar?
Eu disse, sei.
Peguei a chave e pedi pra ela ligar e eu sai.
Nunca mais , " desamontei" de minha moto.
Apartir , daquele dia, surgiu, um apego grande , entre uma moto e um SENHOR, que encontrou naquele equipamento, motorizado, um aconchego.
Um alento. Uma forma de , ao seu jeito, curtir a vida. Adoidado? Não.
Curtir em sua moto, sua vida , no estilo, ALBINO, PRETO, DE SER.
AH! Ele fez esse desabafo , pra mim. Rapaz, Josafá, fulano dizer que eu nunca ia possuir uma moto.
Tá aí, a bichona prateada. Minha paixão.
Às vezes , ele zangava . Porque a moto lhe desobedecia e , muito rápida, derrubava, aquele que , sempre foi seu fiel companheiro,
Seu chapéu de massa.
ALBINO PRETO.
MEU IRMÃO.
DESCANSE NA PAZ, DO ALTÍSSIMO.
O ETERNO , LHE ACOLHA.
* Josafá Torres Paes Landim é radialista em Oeiras
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